A Missa de Exéquias do Papa Francisco reuniu mais de 200 mil pessoas, na Praça São Pedro, no
Vaticano, na manhã deste sábado (26). A cerimônia em homenagem ao pontífice foi presidida pelo cardeal
Giovanni Battista Re, acompanhado por outros 250 cardeais, arcebispos, bispos,
padres e religiosos consagrados.
Em sua homilia, o decano do Colégio
Cardinalício destacou o legado de união deixado pelo Santo Padre. Nas palavras
dele, os 12 anos do papado de Francisco foram marcados por sua proximidade com
as pessoas e por sua espontaneidade de gestos, até o último dia de sua vida, além de seu profundo amor pela
Igreja.
Giovanni Battista Re lembrou que a decisão de adotar o nome
Francisco para o seu pontificado, imediatamente, “pareceu indicar o plano
pastoral e o estilo” no qual o papa queria basear sua atuação como líder da
Igreja Católica, “buscando inspiração no espírito de São Francisco de Assis”,
em sua humildade e amor pelos desamparados.
Agradecendo aos presentes, o cardeal destacou que a fervorosa
manifestação de luto testemunhada ao longo da última semana, em todo o mundo, fala
por si, demonstrando quanto o pontificado de Francisco tocou mentes e corações,
tanto dentro da Igreja Católica quanto fora dela.
O decano fez referência a uma passagem do Evangelho onde
Cristo incumbe Pedro de pastorear seu rebanho, para observar que, apesar da fragilidade e do sofrimento físico que
marcaram os últimos dias do Santo Padre no plano terreno, ele escolheu seguir
no caminho de entrega até o fim. “Seguiu os passos de seu Senhor, o bom
pastor”, pontuou.
Para Giovanni Re, o último gesto do sumo pontífice para com
os fiéis jamais será esquecido. “A última imagem que temos dele – e que ficará
gravada em nossa memória – é a do último domingo, de Páscoa, quando o Papa
Francisco, apesar de seus graves problemas de saúde, quis nos dar sua bênção da
sacada da Basílica de São Pedro”, lembrou.
O Santo Padre viria a falecer horas depois. Mas a debilidade física
não o impediu de, antes, descer à Praça São Pedro para “saudar a grande
multidão reunida para a missa de Páscoa, enquanto viajava no papamóvel
conversível”, disse o decano, salientando que Francisco foi um defensor da paz
e um líder próximo ao povo.
Ao finalizar a homilia, o cardeal repetiu as palavras com as quais
Francisco sempre encerrava suas audiências e encontros: “Não se esqueçam de
rezar por mim”. Disse, ainda, que, agora, são os fiéis quem pedem para que o
papa interceda por sua Igreja e por todo o mundo. “Querido Francisco, pedimos,
agora, que reze por nós. Que abençoe a Igreja, que abençoe Roma e que abençoe o
mundo inteiro do céu, como fez no domingo passado, da sacada desta basílica, em
um último abraço a todo o povo de Deus, mas que também abrace a humanidade que
busca a verdade com um coração sincero e que ergue a tocha da esperança”, concluiu.
*Com informações da agência de notícias do Vaticano e da Agência Brasil.