Uma nova espécie de anfisbenídeo, réptil rastejante e com
extremidades similares, foi descoberta na Bahia. O exemplar pode ser visitado
na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc),
em Ilhéus, no Sul do
estado.
Popularmente conhecido como cobra-de-duas-cabeças, o anfisbenídeo
tem mais de 100 espécies espalhadas pelo mundo. Eles são escamados, vivem
na terra e têm hábitos carnívoros.
Apesar de sua aparência, esse animal não é uma serpente. Ele
não é venenoso e não oferece riscos aos seres humanos. "O corpo parece de uma cobra e a cauda é muito parecida com a
cabeça, porque é um animal que vive debaixo da terra, precisa ter uma cauda muito
forte para abrir galerias. Para complicar, ela anda para frente e para
trás", explica Antônio Argôlo, professor da Uesc e curador do
acervo herpetológico do Museu de Zoologia da instituição.
Segundo o estudioso, a nova espécie foi localizada na região
Norte da Serra do Espinhaço, na cidade de Caetité, durante serviços realizados pelo Instituto Brasileiro de
Mineração (Ibran), no âmbito do Programa de Monitoramento e Resgate de Fauna. O
espécime foi, então, coletado e encaminhado ao estado do Pará, para ser
estudado por pesquisadores.
O réptil recebeu o nome de anfisbena
ametista. O formato da cabeça, o número de anéis ao
redor do corpo e as características genéticas mostraram que não se tratava de
uma espécie já conhecida, mas sim de um novo anfisbenídeo. "Essas
características deram robustez e firmeza aos pesquisadores, que concluíram que,
de fato, nenhuma outra espécie se assemelhava a ela", explicou Antônio
Argôlo.
Para o docente, a chegada do exemplar da nova espécie ao
acervo público baiano é uma conquista para os estudantes e pesquisadores. Segundo
ele, a anfisbena ametista vai se
juntar a outros 500 exemplares disponíveis no local. "Temos uma coleção pública
para ser visitada, pesquisada e estudada", informou.
O resultado da descoberta foi publicado em setembro de
2024. Trata-se de um animal fossorial, isto é, que vive debaixo da terra;
tem cauda robusta, que se parece com a cabeça; consegue andar para frente e
para trás; e se alimenta de cupins, formigas e gafanhotos.
A anfisbena
ametista foi assim batizada em homenagem ao distrito de Brejinho das Ametistas,
localizado ao Sul do município de Caetité. O local é um antigo centro minerador
da referida pedra preciosa.
*Com informações do g1
BA.