Durante uma breve aparição na sacada da Basílica de São Pedro neste domingo (20), o papa Francisco voltou a clamar por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Ainda em recuperação de uma pneumonia, o pontífice de 88 anos acompanhou a cerimônia e teve sua mensagem lida por um assessor.
Embora tenha sido aconselhado pelos médicos a não presidir a missa de Páscoa no Vaticano, Francisco participou da tradicional bênção "Urbi et Orbi" ("à cidade e ao mundo"), na qual desejou uma feliz Páscoa aos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro.
Em sua mensagem, o papa descreveu a situação humanitária em Gaza como “dramática e deplorável” e pediu que "as partes em conflito declarem um cessar-fogo, libertem os reféns e venham socorrer um povo faminto que aspira a um futuro de paz". O pontífice também apelou ao Hamas para que liberte os reféns israelenses e condenou o aumento do antissemitismo, que classificou como "preocupante". “Expresso minha proximidade aos sofrimentos de todo o povo israelense e do povo palestino”, afirmou.
O pronunciamento do papa ocorre em meio à continuidade da ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza. No sábado (19), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou ao Exército que intensificasse a pressão sobre o Hamas, após o grupo rejeitar uma nova proposta israelense de trégua temporária.
O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque no sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando outras 251. Desde então, mais de 51 mil palestinos morreram em Gaza, segundo autoridades locais de saúde.
Ainda neste domingo, o papa Francisco teve um breve encontro com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que visitava a Itália. Segundo o Vaticano, a reunião durou apenas alguns minutos, com a troca de cumprimentos de Páscoa.