Tribuna Feirense

  • Facebook
  • Twiiter
  • 55 75 99801 5659
  • Feira de Santana, quinta, 20 de maro de 2025

Geral

Um terço dos aprovados no CNU são pessoas negras, indígenas e PCD, diz MGI

05 de Fevereiro de 2025 | 10h 19
Um terço dos aprovados no CNU são pessoas negras, indígenas e PCD, diz MGI
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil (Arquivo)

Os primeiros dados acerca dos perfis dos candidatos aprovados no Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) revelam que cerca de um terço deles é composto por negros, indígenas e Pessoas com Deficiência (PCD).

Foram aprovados brasileiros em todos os 26 estados, mais o Distrito Federal (DF). Eles ocuparão as 6.640 vagas disponibilizadas em 21 órgãos da Administração Pública Federal.

As informações foram divulgadas, na tarde desta terça-feira (4), pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), após os resultados individuais de todos os candidatos terem sido disponibilizados, na manhã de ontem.

Diante dos resultados, Esther Dweck, titular do MGI, reafirmou o compromisso do primeiro CNU com a democratização e a inclusão. “A lógica da democratização, de ter mais diversidade no serviço público, conseguir ter servidores públicos com a cara do Brasil. Esse era o nosso grande objetivo com esse concurso e conseguimos cumprir”, destacou.

Durante uma entrevista coletiva, a gestora adiantou que, em breve, o órgão anunciará a segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado.

Ações afirmativasO MGI destacou que o CPNU trará diversidade ao serviço público, em função do perfil dos aprovados. Os dados mostram que 18,8% dos inscritos se autodeclararam negros. Agora, o percentual de candidatos negros aprovados é de 24,5%.

Os candidatos autodeclarados indígenas formavam 0,46% dos inscritos no processo seletivo. Agora, compõem 2,29% dos aprovados. Já as pessoas com algum tipo de deficiência somaram 2,06% das inscrições confirmadas. Atualmente, elas são 6,79% dos aprovados.

Em sua fala, Esther Dweck reforçou a importância das ações afirmativas e de inclusão também a partir dos concursos públicos. Ela acredita que isso contribuirá para a transformação do estado brasileiro.

A ministra evidenciou, ainda, que houve aprovação para todas as vagas disponíveis para cotas afirmativas. “A cota já nos dá um piso, o que é muito importante. Mas fomos além disso, inclusive, em comparação com a proporção de inscritos, sem contar o cadastro de reserva, que tem uma proporção importante”, observou.

GêneroQuando considerados os dados de gênero dos aprovados, 63% são correspondem ao masculino e 37% ao feminino. Para a titular do MGI, apesar dos dados revelarem um desequilíbrio, em termos de gênero, se comparado a outros concursos, o CPNU registrou um maior número de mulheres aprovadas, em relação a outros certames.

Esther Dweck lembrou, ainda, que, mesmo que o percentual de inscritos no processo seletivo tenha sido maior entre as mulheres, as candidatas também representaram a maior taxa de não comparecimento no dia da prova, que foi realizada em 18 de agosto de 2024.

A gestora explica que, na divisão dos blocos temáticos, no entanto, o bloco 5, composto de carreiras públicas relacionadas à educação, saúde, desenvolvimento social e direitos humanos, as mulheres equivalem a 60,3% das vagas e os homens, 39,7%. Na outra ponta, o bloco 2, de tecnologia, dados e informação, os aprovados são, em sua maioria, do sexo masculino (91,6%).

Segundo a ministra, este é um reflexo da realidade da sociedade brasileira. “Há uma baixa participação de mulheres nestas áreas, assim como nas áreas dos setores econômicos de regulação que, historicamente, também, é baixa a participação de mulheres, seja nos cursos de graduação, seja, também, no mercado de trabalho. Isso se refletiu aqui também”, realçou.

LocalidadesOs aprovados no chamado Enem dos Concursos são oriundos de 908 municípios brasileiros. Esther Dweck comemorou a decisão de interiorizar o concurso, a partir da aplicação das provas objetivas e dissertativas em 218 municípios de todas as 27 unidades federativas.

A ministra também falou sobre o porte dos municípios e a quantidade de habitantes. “Lembrando que municípios acima de 200 mil são pouco mais de cem. Então, ter 908 municípios significa que o concurso pegou pessoas de municípios médios, também, e, talvez, pequenos”, frisou.

Entre os candidatos aprovados, 26% são da região Nordeste. A região Norte contabilizou 5,6% dos aprovados. Juntas, os dois territórios somam 31,6% dos aprovados.

Já o Centro-oeste tem 25,6% dos aprovados, com destaque para os candidatos do Distrito Federal. A unidade da federação teve a maior participação no concurso e a menor taxa de evasão.

O Sudeste, que se configura como a região mais populosa do país, registra 32,9%, ou seja, aproximadamente, um terço dos aprovados no certame. Por fim, o Sul registrou 9,8%, dos quais 4,4% dos aprovados são do Rio Grande do Sul.

O Distrito Federal também teve o maior percentual de aprovados, com 20,12%. Depois, aparece o Rio de Janeiro, com 11,3%. Na sequência, estão São Paulo, com 10,44% dos aprovados; e Minas Gerais, com 9,32%.

Faixa etáriaEm relação à idade dos candidatos, um em cada sete aprovados no concurso unificado tem entre 25 e 40 anos. Se considerada a faixa etária entre 25 a 35 anos, este grupo equivale a 46% dos aprovados.

A análise inicial do Governo Federal é de que essa distribuição etária seria fruto do represamento, ou seja, da ausência de concursos públicos federais na última década. “Quem se formou dez anos atrás tinha expectativa de virar servidor público e não houve concurso, neste tempo. Eles puderam fazer o concurso só agora. Então, houve uma concentração bastante relevante entre 30 e 35 anos. E tem a faixa de 25 a 30, que é, normalmente, de pessoas recém-formadas que estão ingressando no mercado de trabalho”, analisou a ministra.

Opções de cargosPor último, o MGI aponta que 76,8% dos aprovados conquistaram vaga em uma de suas três opções de cargos indicadas no momento de inscrição do certame, no primeiro semestre de 2024.

Os percentuais de aprovados estão distribuídos da seguinte forma:

 

- 47,97% foram aprovados para a primeira opção de cargo feita e, portanto, estes não farão parte de qualquer cadastro reserva do concurso;

- 17,45% foram aprovados na segunda opção de cargo;

- 11,39% foram aprovados na terceira opção.

 

O MGI entende que os resultados podem indicar compromisso com a futura carreira e satisfação no trabalho. “Muita gente está bem contemplada com suas escolhas. Então, essa metade que já está bem satisfeita não vai querer mudar de profissão, de carreira, depois dessa rodada”, prevê Esther Dweck.

 

 

 

*Com informações da Agência Brasil.



Geral LEIA TAMBÉM

Charge da Semana

Charge do Borega

As mais lidas hoje