A PolÃcia Civil da Bahia (PCBA) concluiu que o ex-ator mirim João
Rebello foi assassinado por engano, na última quinta-feira (24), na Praça da
Independência, situada no centro de Trancoso, distrito turÃstico de
Porto Seguro, no Extremo Sul do estado.
O inquérito aponta que homens armados se aproximaram do carro
onde a vÃtima se encontrava e efetuaram diversos disparos de arma de fogo. Não
houve chance de socorro. João morreu no local, no interior do veÃculo.
Dois suspeitos de envolvimento no crime foram identificados,
de acordo com a corporação. No entanto, até noite desta segunda-feira (28),
ninguém havia sido preso.
O corpo de João Rebello foi sepultado no domingo (27), no
cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. O corpo do ex-ator mirim da Rede
Globo de Televisão foi sepultado no domingo (27), no cemitério São João
Batista, na capital carioca.
A mãe da vÃtima, Maria Rebello, lembrou uma triste coincidência:
o dia do sepultamento do filho coincidiu com os cinco anos de morte do irmão da
também atriz. Na postagem feita nas redes sociais, ela se refere ao ator e diretor
global Jorge Fernando, falecido em 2019.
Maria Rebello disse escreveu que a alegria da famÃlia se
transformou em dor. "Hoje, se instalou a tristeza eterna no meu coração.
Hoje, faz 5 anos que meu irmão morreu e, hoje, vou sepultar meu filho! O que
aconteceu? O sorriso da famÃlia de repente virou pranto! A vida está me
destruindo, de quando em quando… Meu filho foi ao mercado e foi confundido por
dois bandidos", desabafou.
Ela também postou a nota divulgada pela PolÃcia Civil, no
sábado (26). No texto, a instituição descartou a possibilidade de envolvimento
da vÃtima em atividade criminosa.
O CRIME – De acordo com Maria Rebello, o filho havia saÃdo para ir ao
mercado quando sofreu a emboscada. A PolÃcia Civil acrescentou que o Disc
Jockey (DJ), que se apresentava na noite com o codinome Vunje, estava sozinho dentro
do veÃculo onde foi executado.
Testemunhas relataram que a vÃtima
foi morta por dois homens, que chegaram ao local a bordo de uma
motocicleta. Eles teriam disparados diversos tiros à queima-roupa e fugido, em
seguida.
O delegado Wendel Ferreira, que apura as circunstâncias do
homicÃdio, confirmou que a linha de investigação indica que a vÃtima foi morta
por engano.
O inquérito, que é conduzido pela 3ª Delegacia Territorial
(DT/Trancoso), também descartou a possibilidade de que o artista tivesse envolvido
em atos ilÃcitos. "A linha de investigação tem levado à impossibilidade
de qualquer envolvimento da vÃtima em atividade criminosa", disse a
autoridade policial, sem detalhar o modo como a vÃtima.
A investigação aponta que João Rebello foi morto por engano,
todavia, não foi indicado de que modo a vÃtima teria sido confundida.
VIDA EM TRANCOSO – No distrito baiano onde foi assassinado, Vunje trabalhava
como DJ. Ele também dirigia videoclipes, além de discotecar e atuar como
artista visual e "médium" dos beats
no coletivo Beatzada, que promovia festas na localidade.
João Rebello vivia, em Trancoso, com a artista plástica
Karine Santana. O casal mantinha um relacionamento afetivo há 12 anos. Ontem, ao
lamentar a perda do companheiro, ela disse, via redes sociais, que os dois
viveram 12 anos do "mais puro amor".
Em setembro, a mãe do artista publicou no Instagram que sentia
falta dos filhos. "Meus amores, meus filhotes foram morar na ‘Baêa’, eu
aqui morrendo de saudades, mas sei que estão protegidos pelo Axé da
Bahia", escreveu Maria Rebello.
RESPEITO – A irmã de João, Carol Rebello, também
se pronunciou sobre a morte do DJ. Ela pediu respeito à dor da famÃlia, enquanto
ainda buscavam entender as circunstâncias do homicÃdio.
Em entrevista ao programa Encontro
com PatrÃcia Poeta, da TV Globo, nesta segunda-feira, Carol reforçou que o
irmão foi assassinado por equÃvoco. "Foi um crime muito brutal. Meu irmão
não foi assaltado e levou um tiro, ele foi executado brutalmente (...). Não
existe uma faÃsca de um motivo de qualquer coisa que justifique que fizeram com
ele", destacou.
CARREIRA – O sobrinho do ator e diretor Jorge
Fernando tinha cinco novelas no currÃculo, exibidas pela Globo entre 1986 e
1997. Em todas, João teve atuações marcantes. O primeiro trabalho dele foi aos
7 anos, na trama Cambalacho. Ele deu vida ao pequeno Maneco, um dos filhos
adotados de Naná, personagem interpretada por Fernanda Montenegro.
Em 1989, ele interpretou Juninho, na novela Bebê
a Bordo. O personagem era filho do casal Tonico (Tony Ramos) e
Soninha (Inês Galvão).
Já em 1991, João estrelou a novela Vamp, na qual
interpretava Sig, um dos filhos de Carmen Maura (Joana Fomm). Ele chamou
atenção do público pelo perfil intelectual e tiradas espirituosas. Este foi o
trabalho mais renomado do artista.
João Rebello também integrou o elenco de Deus nos Acuda,
novela que foi ao ar em 1992. Na trama, ele era Nicolau, um menino que vivia em
situação de rua. A personagem Celestina, interpretada por Dercy Gonçalves,
tinha o garoto como anjo enviado à Terra. Já adolescente, Nicolau fazia par
romântico com Eduarda, personagem da atriz Fernanda Rodrigues.
Em 1997, João viveu o surfista Baby, na novela Zazá, seu último papel como ator de novela. Posteriormente, ele chegou a fazer uma participação especial em Divertics, programa humorÃstico brasileiro produzido, em 2013, também pela TV Globo.
*Com informações do G1 BA e do Gshow.