Nem a mais inocentes das almas concede a Elon Musk, o dono do X, um certificado de boas intenções e de cavaleiro defensor da liberdade. Musk defende seus projetos políticos e econômicos tentando evitar empecilhos aos seus negócios. Caso tivesse esse requintado pudor moral não estaria instalando uma fábrica da Tesla na China, uma ditadura, a qual ele obedece.
Isso, no
entanto, não valida as aberrações totalitárias perpetradas por Alexandre Moraes,
ex-Secretário de Segurança de São Paulo, o que o faz ser um “ministro de punhos”,
mais do que um componente de “notório saber jurídico”, ou de profundo
conhecimento filosófico, do convulso e
desacreditado STF. A punição de R$50 mil
a mais de 20 milhões de brasileiros se usarem o VPN para acessarem o X é um
desses delírios totalitários só encontrado nas boas ditaduras do ramo. Do mesmo
modo bloquear a Starlink, um provedor de internet que salva o norte do isolamento, para pagar multas por pertencer ao mesmo grupo econômico é um passo grande em direção ao direito
criativo por ele praticado.
O vazamento das mensagens de seus assessores mostrando que
eles deviam ser “ criativos” para arranjar provas contra uma revista ainda que houvesse
apenas matérias jornalísticas se constitui em censura só vista nos anos de
chumbo. Os próprios ajudantes reconhecem que as condutas iam ficar meio “
descaradas”, escancarando o pouco limite de escrúpulos da equipe do ministro.
Alexandre de Moraes teve um papel importante em conter a tentativa de golpe
armado por Bolsonaro e seu bando de amestrados, mas perdeu-se na fantasia de “
salvador da democracia”. O desfile acabou, o rei está nu e só ele não percebeu!