Tribuna Feirense

  • Facebook
  • Twiiter
  • 55 75 99801 5659
  • Feira de Santana, segunda, 02 de dezembro de 2024

Geral

Uma em cada 11 pessoas pode ter passado fome em 2023, aponta FAO

24 de Julho de 2024 | 13h 04
Uma em cada 11 pessoas pode ter passado fome em 2023, aponta FAO
Foto: Divulgação/Coletivo Banquetaço

Uma em cada 11 pessoas pode ter passado fome, no mundo, em 2023. O dado consta do relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Divulgado na manhã desta quarta-feira (24), o documento revela que há uma prevalência global de subnutrição em nível semelhante, por três anos consecutivos, depois de aumentar, de forma acentuada, após a pandemia de covid-19.

Além disso, o relatório afirma que o mundo está longe de alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS-2) de erradicar a fome até 2030. “Entre 713 e 757 milhões de pessoas podem ter enfrentado a fome em 2023 – uma em cada 11 pessoas no mundo, e uma em cada cinco em África”, diz o texto.

Os motivos que impactam os povos em maior vulnerabilidade são diversos: conflitos, mudanças climáticas, desacelerações econômicas e recessões.

No ano passado, a estimativa era de que 28,9% da população mundial (ou 2,33 bilhões de pessoas) estava em moderada ou grave insegurança alimentar. “O aumento da fome é maior nos países pobres afetados por mais do que um grande impulsionador. Isso porque o sistema agroalimentar, nestes países, não são resilientes a essas forças externas”, observa o relatório.

O documento também faz um alerta: a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição continuam a aumentar “e afetam desproporcionalmente as crianças”. Outros públicos mais vulneráveis têm sido as mulheres, os jovens e os povos indígenas.

Financiamento – No entendimento da FAO, um dos problemas mais graves é a falta de uma solução comum em relação ao financiamento para a segurança alimentar e nutricional. "No caso de financiamento para a segurança alimentar e nutricional, não é possível avaliar adequadamente os níveis existentes, muito menos monitorar progressos ou retrocessos (para cumprir as metas)”.

Conforme a entidade, há uma necessidade urgente de avançar para uma ação comum para o financiamento da segurança alimentar. Uma análise de dez países de baixa e média rendas (que inclui o Brasil) mostra que os gastos públicos com segurança alimentar e nutrição estavam crescendo antes da emergência sanitária mundial desencadeada pelo novo coronavírus. 

Em alguns países de renda média, diz a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, governos também parecem estar gastando, relativamente mais, parte do seu orçamento para resolver as principais causas da insegurança alimentar e da desnutrição. Isto em comparação com países de baixa renda.

A FAO destaca que o relatório é um apelo “forte e urgente” à ajuda global e também às ações nacionais para resolver este problema como parte da agenda global de ação dos objetivos de desenvolvimento sustentável. “Há desigualdades no acesso ao financiamento para segurança alimentar e nutrição entre países e dentro dos países”, aponta.

O estudo também identifica que cerca de 63% dos países com alta ou crescente fome, insegurança alimentar e desnutrição lutam para obter financiamento para a segurança alimentar e nutrição. “A maioria destes países (82%) são afetados por um ou mais dos principais impulsionadores da fome (...). E, por isso, é importante aumentar o financiamento para países com níveis mais elevados de fome", frisa. 

ParceriasO relatório argumenta que somente fontes oficiais e públicas de financiamento não serão suficientes para preencher tal lacuna e acabar com a fome. “Aumentar o financiamento privado, através de parcerias público-privadas, também será essencial para complementar os esforços”, indica.

A entidade afirma que não atender à agenda de 2030 acarreta custos sociais, econômicos e ambientais incomensuráveis. “Não há tempo a perder, já que o custo da inação excede em muito o custo da ação”, observa.

O relatório servirá de base para discussões na Cúpula do Futuro, que ocorrerá no próximo mês de setembro, e na Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, em 2025.

ObesidadeAlém disso, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura enfatiza que tendências crescentes de obesidade de adultos e de anemia entre mulheres de 15 a 49 anos também são consideradas preocupantes

O documento revela que a prevalência de obesidade entre adultos teve um aumento constante, ao longo das últimas décadas, de 12,1% (591 milhões de pessoas, em 2012) para 15,8% (881 milhões de pessoas, em 2022). “A previsão é do número aumentar para mais de 1,2 bilhão até 2030. Sobre a anemia de mulheres de 15 a 49 anos, aumentou de 28,5%, em 2012, para 29,9%, em 2019 e há uma projeção para atingir 32,3% até 2030”, prevê a entidade.

Por outro lado, o documento identificou que haveria menos crianças afetadas pelo atraso no crescimento. Aliás, o relatório aponta que o atraso no crescimento infantil pode ter diminuído em um terço nas últimas duas décadas, o que mostraria uma mudança positiva global. Na avaliação da FAO, são mudanças positivas, como o “direito à alimentação adequada e um padrão de vida que garanta a dignidade, saúde e bem-estar de todas as pessoas, especialmente para gerações futuras”.

 

 

 

*Com informações da Agência Brasil.



Geral LEIA TAMBÉM

Charge da Semana

charge do Borega

As mais lidas hoje