O Tesouro Nacional divulgou nesta quarta-feira (26) que o pagamento do 13º salário aos beneficiários do INSS e os gastos adicionais para lidar com a situação de emergência no Rio Grande do Sul resultaram em um déficit de R$ 61 bilhões para o governo central em maio. Este é o segundo pior resultado para o mês desde o início da série histórica em 1997. O único resultado mais desfavorável foi registrado em 2020, quando o governo teve que aumentar os gastos devido à pandemia de Covid-19, gerando um déficit de R$ 165,1 bilhões em valores atualizados.
As finanças do governo central, que incluem o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência Social, revertendo o superávit observado nos primeiros quatro meses do ano, acumularam um déficit de R$ 30 bilhões até agora. Este é o pior resultado para o período desde 2020, influenciado pela distribuição do 13º salário do INSS e pela antecipação no pagamento de precatórios.
Nos últimos 12 meses, o governo central registrou um déficit de R$ 268,4 bilhões, corrigido pela inflação, o que equivale a 2,36% do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estabeleceu a meta de alcançar um déficit zero em 2024. No entanto, o novo regime fiscal permite um resultado negativo de até R$ 28,8 bilhões sem ultrapassar essa meta.
Na segunda revisão do Orçamento, divulgada em julho, o governo estimou um déficit de R$ 27,5 bilhões, incluindo despesas extraordinárias de R$ 13 bilhões devido à calamidade no Rio Grande do Sul. Como esses gastos podem ser abatidos da meta fiscal, o déficit estimado para cumprir a regra é de R$ 14,5 bilhões. No entanto, alcançar esse resultado depende de R$ 168,3 bilhões em receitas adicionais provenientes de medidas aprovadas pelo Congresso Nacional, algumas das quais têm apresentado desempenho aquém do esperado.