A tentativa de golpe em 8/1 foi um dos momentos mais baixos e abjetos de nosso período democrático e não se pode negar a Bolsonaro e a generais de péssima índole, desprezo pela democracia, a paternidade responsável pela massa de manobra que invadiu Brasília – sem deixar de reconhecer a omissão e incompetência do governo que assumia plenamente informado do que iria ocorrer.
A esse movimento o STF reagiu corretamente, mas violando princípios constitucionais e destroçando o arcabouço jurídico do país- muito útil quando usado para proteger corruptos e criminosos- punindo severamente os bagres pequenos, tomado de ira e arrogância. Dois erros não fazem um acerto. Agora, um dos presos, Clériston Pereira Cunha, 46 anos, acaba de morrer na prisão da Papuda, em BSB. A sua prisão já havia sido revogada pela PGR em 1/09 que recomendou prisão domiciliar. Relatórios médicos já relatavam a gravidade da patologia e o risco de morte, inclusive pelo grave quadro de "vasculite de múltiplos vasos” e “miosite secundária à covid-19?, além de hipertensão e diabetes. O pedido chegou ao Ministro André Mendonça, mas há um entendimento na Corte que não cabe habeas-corpus contra decisão de ministro do Supremo. Ele negou e encaminhou em cárater de urgência a Alexandre de Moraes que não julgou o pedido. Há oito outros pedidos do advogado de defesa. Todos ignorados por Alexandre de Moraes, senhor e feitor desse inquérito.
É preciso lembrar quando Gilmar Mendes dizia que o pessoal da Lava Jato era “ pervertido e torturador” pelas preventivas prolongadas, exatamente como aconteceu com Cleriston, preso há dez meses. Não sabemos o que Gilmar pensa nesse caso a respeito do colega do STF.
Enfim, uma cidadão morreu sob a guarda do estado apesar de parecer médico e da PGR. O inquérito de Alexandre de Moraes já tem um cadáver civil para chamar de seu. A morte dessa vítima- e ressalto que sou radicalmente contra qualquer um que atente contra a democracia- está na atitude soberba, individualista, de Alexandre, sob o patrocínio geral do STF que se desmoraliza cada vez mais.
È uma morte gigantesca e esse latifúndio imoral é um patrimonio do STF que não poderá retirar de sua biografia esse momento de horror!