Em 2003, o curso de Medicina foi implantado na Universidade
Estadual de Feira de Santana (Uefs). Atuei como Coordenador até formar a
primeira turma, em 2010. Ao sair, deixamos aspectos pontuados sobre o futuro:
ampliação de vagas, espaço acadêmico definitivo, ambulatório (planta já feita pela
Engenharia da Uefs) e Hospital Universitário.
O Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) esteve próximo de
tornar-se esse espaço fundamental na formação médica, através de proposta de
doação feita pelo então Secretário de Saúde, Jorge Solla, que chegou a vir a
uma audiência na Universidade. Não houve apoio decisivo da Reitoria, naquele
perÃodo, para a empreitada. O Ambulatório foi viabilizado no Centro Social
Urbano (CSU) da Cidade Nova – ao menos, na estrutura básica de consultórios.
Entretanto, as demais questões permanecem pendentes. Dentre
elas, o Hospital Universitário. Mantivemos um banner, todos esses anos, no site
do Jornal Tribuna Feirense, em defesa dessa implantação. Escrevemos e falamos
sobre isso, em diversas instâncias, inclusive, em maio de 2015, em artigo
publicado, aqui, no jornal.
Agora, aproveitando que há alinhamento entre Governo do Estado
– com ligações com a cidade –, Governo Federal, Reitoria da Uefs e profunda
mudança no cenário do ensino médico na região, voltamos a essa reivindicação.
A explosão de faculdades de Medicina, sem controle e
direcionamento, gera um evidente déficit de espaço de treinamento adequado para
os alunos, impondo o risco de formação predominantemente teórica – letal e
perigosa – e tornando esse tipo de unidade um elemento imprescindÃvel.
Como dissemos em 2015, enquanto a Uefs continuar usando
migalhas, espaços improvisados, rebarbas que lhe são cedidas na rede pública, o
ensino de saúde será limitado. Não é apenas medicina, mas todo setor de
formação, em diversos cursos de saúde, precisa ser qualificado, direcionado, em
busca da máxima eficiência.
Por outro lado, existe uma concentração de Unidades de Saúde
do Estado, como o HGCA I e II; o Hospital Estadual da Criança (HEC); a PoliclÃnica;
a Unidade de Pronto Atendimento (UPA); e a Casa da Gestante, na área Sul da
cidade, o que não é o mais adequado, em termos de planejamento urbano.
Isto porque, quanto mais deslocamentos, maior o custo, mais
acúmulo de tráfego em determinado setor. O urbanismo moderno sugere que devemos
ter, sempre, a maior autonomia possÃvel em áreas da cidade.
Considerando esses diversos aspectos, continuamos defendendo
a necessidade de um Hospital Universitário que atendesse a zona Norte da cidade
(na área do Batalhão da PolÃcia Militar (PM), por exemplo), ou a outra região.
Isto seria um divisor de águas no padrão de excelência de formação profissional
na área de saúde, e, também, na Pesquisa e na Extensão.
Um hospital de média complexidade – dizem os especialistas
que é preciso ter, ao menos, 100 leitos, para ser viável –, gerido por uma
Fundação que garantisse agilidade administrativa e resolutividade, poderia
responder às demandas que apontamos.
É preciso pensar grande o ensino da saúde, em Feira, otimizar o potencial do Curso de Medicina- e seu excelente conjunto de professores- em mudar vidas e transformar em realidade o sonho do Hospital Universitário da Uefs.