A permanência do embaixador de Israel no Brasil, Daniel
Zonshine, seria insustentável, de acordo com integrantes do Palácio do
Planalto. A informação foi repassada a agência de notícias CNN.
O governo brasileiro, no entanto, trata o tema com cautela.
Isto porque qualquer ação no sentido de destituir Zonshine do cargo poderia
atrapalhar as negociações de repatriação dos brasileiros que ainda estão
retidos na Faixa de Gaza, mas com previsão de saída do território para esta
sexta-feira (10).
Conforme a CNN, a presidência pretende discutir a questão
apenas após a chegada do grupo, formado por nacionais e cidadãos em processo de
naturalização, em solo brasileiro.
Neste momento, as 34 pessoas a serem resgatadas da zona de
conflito e repatriadas ao Brasil aguardam na passagem de Rafah, fronteira com o
Egito, a permissão para sair do enclave palestino.
A situação inspira cuidado, porque qualquer ação do governo
brasileiro para retirar o embaixador israelense do Brasil poderia implicar no
não retorno dos brasileiros.
Mas, conforme a CNN, o Planalto
ventila três possibilidades: interromper a interlocução do governo com o
embaixador, fazendo com que ele perca, na prática, sua função no país, forçando
o governo de Israel a chamá-lo de volta; pedir a Israel a retirada de seu
representante; ou expulsar Zonshine do país, em um gesto mais radical.
A crise diplomática teve início na
última quarta-feira (8), após Daniel Zonshine se reunir, na Câmara dos
Deputados, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e parlamentares de direita. Segundo
a CNN, na ocasião, o embaixador de Israel exibiu um filme com imagens do ataque
do Hamas ao seu país, no dia 7 de outubro.
Em entrevista à CNN,
Zonshine afirmou que apenas parlamentares foram convidados. “Nós convidamos
parlamentares, só. Não estive na entrada da [sala de reunião] para saber quem
está chegando e quem não está chegando. Não foi nenhum encontro agendado dessa
maneira. Não tem nenhuma história aqui. Não tem nenhuma causa política aqui”, disse,
ressaltando que não houve interferência para dificultar a saída dos brasileiros
da Faixa de Gaza.