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  • Feira de Santana, tera, 28 de novembro de 2023

Educação

Uefs notifica Comando de Mobilização Estudantil extrajudicialmente e dá prazo de 48h para desocupação

09 de Novembro de 2023 | 12h 40
Uefs notifica Comando de Mobilização Estudantil extrajudicialmente e dá prazo de 48h para desocupação
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) notificou, nesta quarta-feira (7), em caráter extrajudicial, o Comando de Mobilização Estudantil  (Comob) acerca da imediata necessidade de liberação do pórtico e do restabelecimento do livre e pleno acesso ao campus da instituição.

O movimento fechou a entrada da universidade pela primeira vez no dia 3 de outubro. No dia 6, a greve estudantil foi deliberada e, desde então, segundo a reitoria, o Comob vem impedindo a circulação em espaços salutares da instituição.

Por meio de nota pública, a direção da universidade enfatizou que vem tentando, através de escutas e diálogos, chegar a soluções que atendam os pleitos estudantis. “Diariamente, o grupo gestor da Uefs vem se esforçando para avançar nos diálogos com os estudantes, sempre ressaltando que as reivindicações do movimento grevista são absolutamente legítimas e fazem parte do sistema que torna viva e potente a universidade, como, inclusive, divulgado amplamente, em notas oficiais, ao longo de um mês de greve”, diz o documento.

A notificação destaca que os prejuízos materiais, acadêmicos e educacionais se avolumam, cada dia mais. E que a supressão do direito de ir e vir vem inviabilizando a continuidade de obras, o cumprimento de demandas administrativas e de diversos outros serviços, alguns essenciais, como, por exemplo, a entrega de rações destinadas aos animais do Biotério.

A reitoria também cita que há bens pendentes de recebimento em outubro que ultrapassam a cifra de R$ 2 milhões. E que as empresas EJos e SanJuan, responsáveis pelas obras do Restaurante Universitário (RU) provisório (orçadas em mais de R$ 3,2 milhões) e de pavimentação das vias do campus (estimadas em mais de R$ 19 milhões) estão sendo impedidas de ter acesso às dependências do campus, situação que pode vir a  incorrer em rescisões contratuais e aditivos.

Para além dos prejuízos materiais imediatos incididos sobre o patrimônio da instituição, gerando evidentes danos ao erário público, a Uefs enfatiza que “a interrupção das atividades implica em perdas de oportunidades para formandos participarem de concursos e processos seletivos, ingresso em cursos de pós-graduação, estágios de primeiro emprego, dentre outros”.

Para a instituição, “este é um impacto que não se pode mensurar e que repercutirá, principalmente, sobre o futuro das famílias mais vulneráveis”. Ainda segundo a reitoria, “o impedimento de pagamento de bolsas e auxílios trouxe impacto direto para a sobrevivência dos estudantes em situação de vulnerabilidade econômica e suas famílias, amplificando o sofrimento psicoemocional dos envolvidos”.

O grupo gestor enfatiza ainda, no documento, que “a ocupação da reitoria promove mal-estar, temores e tensões para as relações dos trabalhadores técnicos e a administração central, com evidente alteração no clima institucional e condições de trabalho” nos espaços da universidade.

Em razão das dificuldades que afirma enfrentar, a instituição deu um prazo de 48 horas para que o Comob desocupe a universidade e libere o acesso, a fim de que os serviços sejam normalizados e as demandas financeiras, administrativas e acadêmicas cumpridas, “sob pena de serem adotadas todas as medidas judiciais cabíveis”.

O QUE PENSA A ADUFS – Por meio de suas redes sociais, a Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs) considerou a notificação da reitoria da instituição arbitrária. “Em assembleia docente realizada no dia 16 de outubro, a Adufs aprovou, por unanimidade, o apoio à greve estudantil e a não-criminalização dos movimentos sociais. Assim, a Associação manifesta a sua posição inegociável de defesa aos movimentos sociais e sua liberdade de manifestação, contra retaliação às pessoas envolvidas no processo”, declarou a entidade.



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