O terço
final de janeiro começa hoje (20). Depois de muita chuva, houve luz e céu lÃmpido
ao longo do mês. Os entardeceres – mágicas combinações de amarelo, de vermelho,
de azul – são cinematográficos quando tufos de nuvens azuladas não cobrem o
poente. Sabiás e cigarras encarregam-se da soberba trilha sonora. Apesar da
Covid-19 e da barbárie contÃnua no noticiário, não há como não se envolver com o
clima de férias que o céu pinta com cores vivas.
Quem
acompanha o noticiário polÃtico baiano, porém, está com a sensação de que já se
está em março ou abril, naquela fase que antecede as campanhas eleitorais.
Tradicionalmente mês morno na polÃtica, janeiro registra movimentos intensos
nos bastidores, embora as definições tendam a ser anunciadas só mais à frente,
ajustando-se ao calendário clássico da polÃtica.
Até aqui,
sobram perguntas: Marcelo Nilo (PSB) vai mesmo romper com a situação e
achegar-se à chapa de ACM Neto? E João Leão? Um dos sustentáculos do consórcio
partidário que mantém o petê no poder vai mudar de rumo, sairá candidato ou
permanecerá na base petista? O MDB dos Vieira Lima vai mesmo reatar com o PT,
reeditando a turbulenta parceria da década retrasada? Jaques Wagner é de fato o
candidato do grupo governista ou pode surgir alguma surpresa?
Sobram
indagações, também, em relação ao cenário nacional e à sua influência na
eleição baiana. Lula – virtual candidato à presidência da República – será o
mesmo puxador de voto das eleições passadas? Ou ACM Neto, mesmo sem candidato
expressivo em nÃvel nacional, pode emplacar? Qual a força de Jair Bolsonaro, o
“mito”, para alavancar alguma candidatura em nÃvel de Bahia?
Como se vê,
sobram perguntas. Algumas – imagino – não fazem sentido, servem só para animar
as torcidas, esquentar o noticiário. Outras já refletem as movimentações de
bastidores que acontecem desde o ano passado e que, mais adiante, se confirmarão.
Ou não. O fato é que janeiro vem sendo movimentado e essas especulações
refletem a ansiedade pelas eleições de 2022 que só acontecem em outubro, daqui
a pouco mais de oito meses.
Curioso é
que o risco de uma tentativa de golpe conduzida pelo “mito” e pelos lunáticos,
alucinados e aloprados que o cortejam não pesa no jogo eleitoral baiano. Pelo
menos não repercute no noticiário. Na média, toma-se isso aqui como uma ilha,
invulnerável à insanidade que campeia no Planalto Central. É bom ter cuidado.
Precavido, o
ex-presidente Lula busca a concertação de uma aliança ampla, justamente para
neutralizar o potencial golpe que o “mito” ameaça desde que chegou ao poder.
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