Uma jovem de 21 anos foi morta a tiros, na madrugada deste
domingo (17), em um apartamento localizado no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.
Segundo a polÃcia, Kesia Stefany da Silva Ribeiro foi alvejada pelo homem com
quem mantinha um relacionamento há dois anos.
De acordo com o Jornal Correio, o suspeito foi identificado,
por moradores do prédio, como sendo o advogado criminalista José Luiz de Britto
Meira Júnior. A PolÃcia Civil informou que o jurista é membro da Comissão de
Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Bahia (OAB-BA).
Após atirar na namorada, ele chegou a levá-la ao Hospital
Geral do Estado (HGE). A guarnição da PolÃcia Militar que se deslocou até o
local do crime para atender a ocorrência relatou que Meira Júnior colocou a
vÃtima em um carro modelo Ônix, de cor vermelha, abandonando-a na porta da emergência.
Por meio de nota, a PM informou que o suspeito fugiu, logo em
seguida. "Na emergência, os policiais militares souberam que a vÃtima não
resistiu aos ferimentos e realizaram buscas na região, à procura do indivÃduo,
mas constataram que ele já não mais se encontrava no local", diz o documento.
Pouco depois, agentes da 13ª Companhia Independente da
PolÃcia Militar localizaram o advogado. Ele estava escondido na casa de um
parente, no bairro da Pituba. José Luiz Meira Júnior foi autuado em flagrante,
pelo crime de feminicÃdio, e apresentado ao Departamento de HomicÃdios e
Proteção à Pessoa (DHPP). Não há detalhes sobre a motivação do crime.
Conforme o Correio, o presidente da Comissão de Prerrogativas
da OAB-BA, Adriano Batista, disse que o suspeito pode sofrer afastamento
cautelar, por parte do Tribunal de Ética do órgão. Se condenado, ele pode ser
excluÃdo dos quadros da OAB, perdendo, inclusive, a licença de advogado. "Não
sabemos nada, ainda, então é prematuro fazer qualquer tipo de julgamento. Assim
que tomarmos conhecimento dos detalhes do que aconteceu, tomaremos as
providências no âmbito da OAB", disse, neste domingo, em entrevista concedida
ao jornal, por telefone.
O acusado integrava a parte da Comissão que acompanha
questões como prisões de advogados. Segundo Adriano Batista, Meira Junior
deverá ser conduzido a alguma unidade penitenciária, em uma sala de estado
maior. "Como ele é advogado, não pode ficar alocado em locais onde sofra algum
tipo de exposição, no caso dele mais ainda, por ser da área criminal. Não
poderia ficar preso numa cela com bandidos que poderiam querer se vingar dele
por outras situações", destacou.
O gestor da entidade disse, ainda, lamentar, profundamente, o
fato. "Particularmente, fico triste, porque encampei, no ano passado, na
condição de conselheiro da OAB e coordenador das comissões, uma campanha da OAB
contra o feminicÃdio. Fico muito triste que uma pessoa de dentro dos quadros da
OAB teria cometido esse ato. Temos que continuar trabalhando e pressionando as
autoridades para que essas coisas não aconteçam", enfatizou.
De acordo com Adriano Batista, o suspeito era uma pessoa de
personalidade muito tranquila e prestativa. "É muito surpreendente", frisou