Em discurso inflamado, proferido na tribuna da Câmara Municipal de Feira de Santana, na manhã desta terça-feira (30), o vereador Fernando Dantas Torres (PSD), reagiu ao que chamou de pressões do Governo Municipal quanto a um projeto do Executivo que tramita na Casa da Cidadania e que se refere à concessão de desconto, isenção e parcelamento de tributos. O presidente do Legislativo feirense afirmou, ainda, que a coação tem se dado, inclusive, por meio de alguns veículos de comunicação.
Torres ressaltou que a atual Mesa Diretiva não vai admitir esse tipo de postura. E enfatizou que, pessoalmente, pretende exercer o seu mandato com “diálogo e muito trabalho, principalmente para fiscalizar, investigar, denunciar e impedir roubos, que porventura possam ocorrer na administração pública”.
Apesar do tom, o edil fez questão de observar que o seu discurso não pretende o rompimento “com governo algum”. No entanto, disse que não se encontra no cargo para “para ser subalterno, nem ouvir puxão de orelha, servir ao prefeito Colbert ou ao ex-prefeito José Ronaldo, nem para dizer amém a tudo”.
Fernando Torres salientou, ainda, que trabalha pelo bem da cidade e que nada deve a políticos, além de respeito e diálogo, “desde que haja reciprocidade”. Ele afirmou ter recebido um telefonema de um secretário de governo cobrando a aprovação do denominado “Projeto do IPTU”. E acusou o Executivo de ter “alimentado” a imprensa de modo a repercutir o fato de forma “parcial” e sem a escuta do “outro lado”.
Diante te tais observações, o gestor afirmou que pretende recomendar ao prefeito que não o procure para este fim. “Não mande secretário me ligar, com pressões ou ameaças”, declarou.
O presidente da Casa da Cidadania esclareceu que não existe atraso por parte do Legislativo. “Primeiro, enviaram um projeto contendo erros primários, que a Casa teve de devolver para correção. No dia 23, portanto, há apenas três sessões, recebemos de volta. Ocorre que a matéria precisa passar por várias comissões”, justificou.
Torres arrematou sua fala advertindo que o Governo assuma “a sua culpa”, ao invés de “jogá-la para a Câmara”. Também mencionou que a proposta é uma ideia sua e do vice-prefeito, Fernando de Fabinho, e que, pela importância e prazos que precisam ser cumpridos, deveria ter sido encaminhada no início de fevereiro.