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André Pomponet

Domingo de carreatas em Feira

André Pamponet - 09 de Novembro de 2020 | 13h 33
Domingo de carreatas em Feira
O final de semana foi repleto de carreatas aqui na Feira de Santana. Sobretudo no domingo: foram tantas que, em alguns lugares, houve congestionamento. Testemunhei um deles, à distância, ali nas imediações das Baraúnas. Os dois grupos se encontraram – marchavam em sentido contrário – e, por alguns instantes, se estudaram, com suas bandeiras sacudindo ao vento. Depois, tomaram rumos diferentes, porque é impensável um candidato a vereador encorpar carreata de concorrente.
 
À distância já se sabia que as carreatas se aproximavam: o espocar de fogos, as buzinas e, sobretudo, o martelar incessante dos jingles, sinalizavam para a chegada de mais um postulante à Câmara Municipal, com sua militância empolgada, suas promessas e seus slogans. Quem abandonou os afazeres para acompanhar a passagem dos candidatos colheu impressões bem interessantes.
 
À frente há, sempre, um séquito motorizado sobre duas rodas. Buzinam, fazem manobras e, quando a carreata se retarda, os mais audaciosos até ousam empinar a moto, deslizando sobre uma roda. Depois vem o candidato distribuindo sorrisos, acenos e palavras animadoras, de pé, na carroceria de uma caminhonete de luxo. Quem não dispõe de uma delas, improvisa num utilitário qualquer.
 
Aquelas restrições sobre uso de máscara e quantidade limitada de participantes por veículo foram ignoradas por quase todo mundo. Carros apinhados, gente pendurada em janelas sacudindo bandeiras e berros entusiasmados – sem distanciamento, é óbvio – foram comuns também. Dançava-se também sobre carrocerias, em pequenas – mas animadas – aglomerações.
 
Na lufa-lufa, candidatos abastados levam imensa vantagem: mobilizam muito mais veículos – impressionou a quantidade de carros de luxo em algumas carreatas – e muito mais gente. Mas todo esse estardalhaço rende voto, convence eleitor? É uma questão interessante, digna de investigação acadêmica. Indiscutivelmente serve como demonstração de força, exibição de poder.
 
Mas é necessário reconhecer também que as carreatas trouxeram uma animação que quebrou os longos silêncios dos meses de pandemia. E serviram para conectar o eleitor ao pleito que já acontece no domingo, em primeiro turno. As buzinas, os fogos, os jingles, tudo isso trouxe um clima festivo que, de alguma forma, acabou envolvendo quem vota.
 
Domingo (15) é dia de saber se carreata tem alguma conexão – ou não – com os resultados das urnas...


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