O Ministério da Educação (MEC) lançou nesta terça-feira (8) um programa federal para estimular o ensino técnico, o "Novos Caminhos". A proposta é atender 3,4 milhões de pessoas até 2023, entre elas os estudantes que fazem o ensino médio e os jovens e adultos que não trabalham e não têm formação.
Em meio à crise econômica e aos cortes no orçamento que atingem o ensino superior, a proposta do governo é formar profissionais que atendam à demanda de postos de trabalho que exigem menor qualificação. Além disso, o Novos Caminhos pretende regularizar 11 mil diplomas de quem se formou até 2016.
“A educação tem que estar voltada para o mercado de trabalho, não pode dar as costas e ignorar as demandas do setor produtivo”, destacou o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Ariosto Antunes Culau.
De acordo com o MEC, objetivo do governo é:
Alinhar a oferta de cursos às demandas do setor produtivo
Apoiar a implementação do itinerário da Formação Técnica e Profissional no Ensino Médio
Alavancar o reconhecimento social e econômico da formação técnica e profissional
Integrar dados e estatísticas para subsidiar planejamento e gestão da Educação Profissional e Tecnológica
O MEC afirma que estão previstos editais em apoio a projetos de iniciação tecnológica que somam R$ 5 milhões.
No trimestre encerrado em agosto, o Brasil registrou 12,6 milhões de desempregados segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na segunda (7), em São Paulo, o ministro Abraham Weintraub defendeu a formação técnica e criticou o ensino superior.
“A escola pode ensinar um ofício. Aí vem o preconceito desses 'intelectualóides' que acham que escola técnica não é boa porque ensina ofício. Tem que ser doutor. Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil ter um bom encanador passando fome ou na fila do Bolsa Família. É difícil um eletricista, um técnico bom, que não consegue se virar”, disse Weintraub, na segunda-feira.