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Economia

Trabalho informal avança para 41,3% da população ocupada e atinge nível recorde, diz IBGE

30 de Agosto de 2019 | 14h 28
Trabalho informal avança para 41,3% da população ocupada e atinge nível recorde, diz IBGE
A queda do desemprego no país, que recuou para 11,8%, vem sendo acompanhada do avanço do trabalho informal, que atingiu nível recorde no trimestre encerrado em julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
Segundo o gerente da PNAD Contínua do IBGE, Cimar Azeredo, o percentual de trabalhadores informais na população ocupada chegou a 41,3%, patamar recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, atingindo 38,683 milhões de brasileiros.
 
No trimestre encerrado em abril, os informais representavam 40,9% da população ocupada. Há 1 ano, esse percentual era de 40,5%.
 
"No trimestre passado, tinha-se observado aumento significativo da carteira de trabalho, o que não ocorreu agora neste período, mostrando que o mercado volta a gerar postos sem carteira, postos de trabalhadores por conta própria, empregados domésticos, fazendo com que o nível da informalidade fosse o maior da série desde o início da série comparável de 2012”, diz Azeredo.
 
Esse contingente de informais é composto por pessoas empregadas no setor privado sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, trabalhadores por “conta própria” sem CNPJ e empregadores sem CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes.
 
“Nas crises de 2003 e de 2008, o mercado de trabalho começou a se recuperar a partir da informalidade, que permitiu reaquecer o mercado e, gradativamente, aquelas vagas informais foram tendo a carteira assinada. Mas essa crise de agora, além de já durar mais tempo que as anteriores, ela devastou muitos mais postos de trabalho", afirmou o pesquisador.
 
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,8% no trimestre encerrado em julho, atingindo 12,6 milhões de pessoas. Por outro lado, o número de empregados sem carteira assinada, de trabalhadores por conta própria e de subocupados bateram novo recorde no país.
 
O número de empregados no setor privado sem carteira assinada subiu 5,6% em 1 ano, atingindo 11,7 milhões (mais 619 mil pessoas), maior valor já registrado pela pesquisa. Na mesma direção, o número de trabalhadores por conta própria aumentou 5,2% frente ao mesmo período de 2018, atingindo o recorde de 24,2 milhões (mais 1,2 milhão de pessoas).
 
“Apesar da queda da desocupação, da redução da taxa de desocupação e do aumento expressivo de pessoas ocupadas, o mercado insiste em gerar postos de trabalho voltados para a informalidade", diz Azeredo.
 
Segundo o o pesquisador, atividades voltadas aos serviços são as que mais contribuíram para o aumento da ocupação, “o que dá força a esse processo de informalidade que se instala no mercado atualmente”. “Cerca de 41% da população ocupada está voltada para a informalidade”, enfatizou.
 
Já o número de pessoas subocupadas, trabalhando menos horas do que gostariam, chegou a 7,3 milhões, o que segundo o IBGE representa um recorde da série histórica comparável. Em relação ao mesmo trimestre de 2018, houve uma alta de 12,4% (mais 810 mil pessoas).
 
Dos 2,2 milhões de postos de trabalho gerados no país em 1 ano, 1.192 corresponderam a trabalhadores por conta própria, sendo apenas 327 mil com CNPJ. Outros 619 mil referem-se a empregos sem carteira e 107 mil a ocupações de auxílio familiar. Ou seja, cerca de 75% das vagas criadas estão relacionadas ao trabalho informal.


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