Documentação do SNI (serviço secreto que abastecia o governo de informações) relacionados à ditadura militar na Bahia, poderão ser consultados por pesquisadores e qualquer interessado, na Uefs.
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7 mil documentos, cujos originais estão no Arquivo Nacional, foram entregues digitalizados na tarde de ontem (16), em evento que contou também com mesa-redonda sobre o tema “Ditadura civil-militar: Os perigos da Memória”. A documentação está no Laboratório de História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais (Labelu), no módulo 7.
O professor Eurelino Coelho, coordenador do Labelu, disse à Tribuna Feirense que o material doado à universidade é “bastante significativo e o material mais importante que documenta a ditadura militar na Bahia”. Entre outras histórias, conta-se nestes papeis a perseguição de Antonio Carlos Magalhães ao Jornal da Bahia e a greve de fome feita por Chico Pinto em uma das ocasiões em que foi preso.
O historiador Grimaldo é baiano, mora atualmente no Rio de Janeiro e participa do grupo de pesquisa que teve acesso à documentação original. Ele organizou a vinda desta documentação para Feira e outras três cidades, incluindo Salvador. Grimaldo é autor do livro Ditadura Militar na Bahia e integrante dos grupos Memórias Reveladas e Tortura nunca mais.
Também foi lançado o novo livro de Grimaldo, "1964: 50 anos depois - A ditadura em debate", que contém um artigo da professora Elizete Silva, da Uefs.