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"Para nós isso foi uma surpresa quando recebemos do governo do estado a resposta negativa para renovação do contrato desta professora do curso de psicologia e de outros 31 contratos de professores selecionados recentemente, por estamos acima do limite de contratação, sendo que estávamos funcionando desta forma, com a própria permissão deles". Quem afirma é o Pro Reitor de graduação da Uefs, Rubem Alves.
Há um limite estabelecido em lei, pelo qual a universidade só pode ter até 20% de professores substitutos. Passando disso, o estado teria que suprir a carência com profissionais efetivos. A administração pública fazia vista grossa para este limite, até como forma de economizar, evitando contratações. Com o acirramento do aperto financeiro, o limite de no máximo 20% de substitutos passou a ser usado como argumento para cortes.
As vagas de efetivos a que a universidade tem direito hoje são 871. É o mesmo número de 2009. A direção da universidade esperava aumentar este número pelo menos movendo processos de promoções, que estão parados no governo estadual. A ida para um degrau acima libera o posto que o promovido deixa vago. São cerca de 80 promoções “presas”, à espera de uma resposta do governo estadual.
De acordo com Ruben Alves, desde a semana passada o reitor José Carlos Barreto se encontra em reunião com outros reitores das universidades do estado para discutir as necessidades urgentes e a situação de tensão em que vivem. "Temos esta quantidade enorme de vagas de substitutos porque o governo não avança na negociação. Isso vem sendo debatido e buscado pelas reitorias, mas dependemos sempre da vontade do governo em negociar", comenta.
Elson Moura, diretor da Adufs, diz que esta é uma das pautas de reivindicações mais antigas da universidade, que junto com outras, foi levada à equipe de transição do governo. Ele conta que foi solicitada uma mesa de negociações, para a qual até hoje não foram chamados.
A Adufs fará assembléia no dia 24, para avaliação de estado de greve. Os professores protestam por verbas, contratação de professores e reposição da inflação (a data base é janeiro, mas o estado não se manifestou ainda sobre o assunto). É prevista uma paralisação no dia 8 de abril, com ida à Secretaria da Educação (SEC) para reivindicar uma reunião com o secretário.
Diferente do ano passado, o dirigente da Adufs acredita que há uma forte perspectiva de greve. "O sindicato esteve durante todo o ano de 2014 movimentando o indicativo de greve, mas não teve a resposta que deveria por parte da categoria. Este ano não podemos adiar. A situação já extrapolou os limites, pois estamos lutando pelo óbvio", reclama.