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Política

Mais que reeleição em outubro, Ronny busca aumentar força

Glauco Wanderley - 11 de Março de 2016 | 16h 45

Tenta influenciar na reeleição de vereadores e ajudar candidatos a ganhar primeiro mandato

Mais que reeleição em outubro, Ronny busca aumentar força
Ronny discursou alertando os demais para os riscos da eleição

O presidente da Câmara de Vereadores, Ronny, quer fazer da próxima eleição o grande trampolim para consolidar sua liderança, rumo a voos mais altos como Assembleia Legislativa e prefeitura. A estratégia é mirabolante, porque ele tenta ser ao mesmo tempo o salvador dos vereadores com mandato e o protetor do grupo que a cada pleito tenta se eleger, chega perto, mas não consegue.

Como liderança principal do Legislativo, eleito por unanimidade para a presidência, diz ter conseguido a adesão de 18 colegas a sua proposta de fazer um chapão, coligando todos para disputar uns contra os outros. Já os candidatos sem mandato mas com potencial são aconselhados por Ronny (que por sua vez segue orientações de seu auxiliar/mentor Humberto Cedraz) a se unirem num outro chapão, não permitindo que lideranças maiores e donos de mandato eletivo ou cargos do primeiro ou segundo escalão do governo municipal se filiem nos mesmos partidos e venham competir com eles, roubando-lhes a vaga, já que tendem a ter mais votos.

Ronny afirma que separar os dois grupos é o justo, porque a estrutura dos vereadores com mandato (que pelo salário e o séquito de assessores têm tempo para se dedicar integralmente à política) é muito superior à de uma liderança comunitária, por mais bem votada que esta seja.

O mesmo raciocínio vale para os membros do Executivo que pretendem disputar eleição. “Não irei aceitar que secretários nem diretores venham fazer conchavos para ficar em partidos, a fim de entrarem nesta Casa com 2, 3 mil votos usando a máquina pública”, avisou discursando diante dos colegas.

Ronny quer que se incorporem ao grupo do Legislativo e não façam das lideranças menores apenas “escada”, como se diz entre os políticos, somando votos para que o partido alcance pelos menos uma cadeira, que ficará para o secretário, chefe de gabinete ou diretor de secretaria, que com sua estrutura e “dedicação exclusiva”, será melhor sucedido no pleito.

“Não é justo lideranças maiores, deputado, prefeito, pegar essas pessoas [mais fracas] e colocar num chapão com um vereador”, avalia. “Estes pré-candidatos não podem aceitar que eu, Ronny, por exemplo, vá disputar com eles”, prega.

O próprio Ronny admite que entre os vereadores, a fórmula do chapão deve levar a uma taxa menor de reeleição, inferior a 50%. “No meu modo de pensar vai fazer [eleger] no máximo oito ou nove”, disse em entrevista à Tribuna Feirense.

Por que então os vereadores iriam aceitar a fórmula suicida? Primeiro porque nada garante que de outro modo a eleição estaria garantida. “Ter uma boa votação não quer dizer que o vereador vai retornar a esta casa. Porque se a gente não chegar ao coeficiente eleitoral não adianta ter 5,6,7,8 mil votos”, alertou da tribuna em pronunciamento esta semana.

Também a depender do grau de resistência e organização do bloco dos pré-candidatos que chegam perto mas não ganham, os vereadores talvez não consigam abrigo numa legenda onde teoricamente enfrentariam concorrentes mais fracos.

A legislação para 2016 acrescentou um componente que vai dificultar a eleição de candidatos com pouco voto que entram puxados pelo partido graças ao coeficiente eleitoral. O candidato precisará ter pelo menos 10% dos votos do coeficiente. Na próxima eleição em Feira os políticos estimam que este número estará em torno de 15 mil votos. Ou seja, ninguém com menos de 1.500 ganhará assento na Câmara.

A fórmula Ronny/Cedraz seria, portanto, a alternativa mais segura. “É o melhor para nós e bem melhor para os outros pré-candidatos”, sentencia o presidente da Câmara, estimando que vários poderão se eleger próximo do piso de 1.500 a 2.000 votos.

Em resumo, se conseguir montar um páreo só com “tubarões” e outro com os peixes pequenos, os que se elegerem devem ficar “eternamente gratos” à liderança de Ronny (eterno em política significa até quando der bom tempo). É um feito que ele avalia como histórico. “Pela primeira vez na história política de Feira de Santana, os vereadores eleitos, mais o suplente Lulinha, vão para um chapão, onde temos já 19 vereadores”, contabilizou.

 

Vice-presidente de partido, com tempo de TV

Outra investida num voo político mais alto feita por Ronny é a troca de partido. Vai para o Partido Humanista da Solidariedade (PHS), onde será presidente em Feira e vice-presidente na Bahia.

Ronny presidia o diretório municipal do PSDB, mas não via vantagem. Deixou os tucanos com o deputado estadual Carlos Geilson, que ingressou na sigla em outubro.

No novo partido, demonstra entusiasmo com a perspectiva de ter um tempo na TV Subaé, em horário nobre, domingo à noite, nos intervalos do Fantástico. Serão 5 minutos no dia 20 de março e outro tanto no domingo seguinte. Ronny dividirá o tempo em comerciais de 30 segundos, para aumentar o número de aparições.

Segundo ouviu do veterano Carlito do Peixe nunca ocorreu tal exposição de um vereador na única emissora local de TV, fora daqueles poucos segundos na época das eleições, dentro do programa eleitoral no qual ninguém presta atenção. Por culpa da cúpula dos partidos, critica Ronny. Ele assinala que o tempo do PSDB é até maior, mas fica só para as lideranças principais, como Imbassahy e Jutahy. “É uma sigla grande mas que nunca deu oportunidade para as pessoas expressarem suas ideologias políticas”, apontou.

Na filiação ao PHS (marcada para a Gelateria Italiana às 17 horas de segunda), estão sendo anunciadas as presenças do presidente do diretório estadual do partido, Júnior Muniz e do presidente nacional, Eduardo Machado.

O prazo de filiação para quem pretende disputar a eleição em outubro é até seis meses antes da eleição, ou seja, 2 de abril de 2016.



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