Finalmente a Bahia vai ter um time do interior na Série C. Já teve antes, dois de uma só vez, mas na ocasião, os grandes da capital, Bahia e Vitória. O que marcou um período muito ruim, talvez o pior da história do futebol baiano. A dupla Ba-Vi descia a ladeira, da Série A a Série C. Para a Juazeirense, que deixa a quarta divisão nacional, a ascensão é motivo de muita festa, não poderia ser diferente.
O time de Juazeiro ocupa agora uma posição que é sonho de consumo do torcedor do Fluminense de Feira, o clube de futebol mais popular e tradicional do interior da Bahia. Mas não podemos nos queixar. Dentro de campo, a Juazeirense foi mais competente que a equipe de Feira, marcando três gols em pleno Joia da Princesa – pena, a defesa ter permitido, pois foi o que fez a diferença no confronto - no empate em 3x3 do primeiro jogo.
O Flu até teve uma boa postura no Adauto Moraes, no jogo de volta, mas o novo empate em 0x0 beneficiou o time da casa, que havia feito gols qualificados no primeiro confronto.
Veio o América do Rio Grande do Norte, adversário da Juazeirense. Time tradicional, campeão do Nordeste e acostumado a embates equilibrados contra equipes como Bahia, Vitória, Sport e Santa Cruz, os maiores da região, o time de Natal acabou engolido no jogo fora de casa: 3x0 para a Juazeirense. A vantagem foi importantíssima para a partida da volta, na Arena das Dunas, palco da Copa do Mundo no Brasil.
Com raça, a Juazeirense arrancou um empate em 1x1 e novamente beneficiado pela eficiência do seu ataque no primeiro dos confrontos mata-mata, selou a classificação.
A Bahia está longe da performance de outros estados, como Santa Catarina, que conta com equipes nas séries A e B, mas deve comemorar essa classificação da Juazeirense. Ao Fluminense, que não lhe falte motivação. O time bateu na trave duas vezes, para também chegar a esse objetivo. Sinal de que pode chegar lá. É corrigir algumas deficiências, aprimorar a gestão – que vem melhorando, diga-se, nos últimos anos – e focar. Importante lembrar que o Flu de Feira já foi campeão da Série C! É possível.
Futebol é mesmo algo muito curioso. O Vitória vinha mal das pernas, no Campeonato Brasileiro, com várias derrotas consecutivas, inclusive em seu estádio, o Barradão (pior ou segundo pior mandante da Série A). Trocou de técnico, de uma hora para outra começou a reação em campo. Em três jogos, duas vitórias e um empate. Nove pontos disputados, faturou 7, aproveitamento de 80 por cento.
Saiu Gallo, entrou Wagner Mancini, um velho conhecido da torcida – torcida, aliás, que o considera retranqueiro. Acho difícil encontrar algum torcedor rubro-negro que não tenha ficado desconfiado, para não dizer revoltado, quando a diretoria o anunciou. Mas é ele o grande responsável pela mudança de postura da equipe nos últimos jogos, pelo menos tem sido apontado como tal.
E olha que pouco conhece desse elenco atual do Vitória. Pela lógica do futebol, se ela existe em algum nível, deveria necessitar de um tempo para arrumar as peças e começar a colher bons resultados. Não foi preciso esperar. As vitórias e os pontos vieram de imediato, como num passe de mágica.
Situação semelhante vive o Bahia. O tricolor, a exemplo do seu rival, vinha de uma sequencia negativa e não conseguia vencer nem na Fonte Nova. Pois bem: demite-se Jorginho, assume interinamente Preto Casagrande, ex-jogador do clube. Eis que o coelho sai da cartola. O time empata com a Chapecoense fora e derrota em casa o São Paulo.
Essa reviravolta na dupla Ba-Vi, após a troca de comando técnico, reforça uma cultura do futebol brasileiro, de substituição do treinador aos primeiros sinais de decadência dos times. Mas será mesmo que os bons resultados chegaram a essas equipes pela simples mudança de seus treinadores?
Há os que defendem a prática de “corpo mole” por parte dos atletas, com o propósito de derrubar o técnico. Não acredito nisso, nunca acreditei. Pode ter ocorrido uma vez ou outra, Brasil afora, mas não é regra. Creio mesmo na imprevisibilidade do futebol. Jogadores que vem mal, de uma hora para outra, encontram motivação e voltam a render bem, ou a render muito mais que o normal. O novo técnico pode, sim, ser essa razão, mas não que o anterior tenha sido aniquilado por eles.
Fato é que os últimos resultados dão novo ânimo as ressabiadas torcidas dos grandes times baianos na Série A. Se até dias atrás o rebaixamento parecia o único caminho, agora abrem-se as portas da esperança, diria Sílvio Santos.
EMANUELA SAMPAIO
Aproveitando a oportunidade para cumprimentar a colunista social Emanuela Sampaio, de volta a Tribuna Feirense. Ela já atuou neste veículo, em sua versão impressa. E agora retorna, escrevendo para o site. Obrigado pelo registro do meu aniversário. E sucesso pra você. Grande abraço.
O Fluminense de Feira mais uma vez ficou no meio do caminho, em seu projeto de chegar a Série C do Campeonato Brasileiro. Parou na Juazeirense, do deputado estadual Roberto Carlos, após empate em 3x3 no Joia da Princesa e 0x0 no estádio Adauto Moraes. Pelos gols marcados em Feira, o time de Juazeiro obteve a vaga e agora está a um passo deste que é o grande sonho de consumo das equipes baianas, exceção é claro da dupla Ba-Vi, cuja meta de sempre é não ser rebaixada para a Série B.
Alguns cronistas que acompanham mais de perto o Fluminense de Feira me dizem que a Juazeirense não é superior ao Touro do Sertão, tecnicamente. As equipes se equivalem, segundo esses analistas esportivos. A diferença entre os times estaria, na opinião deles, no fato de que a gestão do Flu não estaria no mesmo nível.
O salário dos jogadores da Juazeirense, por exemplo, sai rigorosamente no último dia do mês. O elenco conta com mais apoio dos dirigentes, que lhes prestigiam - e monitoram - com regularidade. Um jogador do Flu revela que em toda esta Série D o dirigente máximo do clube, Zé Chico, teria comparecido três ou quatro vezes a um treinamento.
O time de Juazeiro, portanto, estaria mais envolvido com o projeto de chegar a Série C, o que dificilmente ocorrerá, uma vez tem pela frente nada menos que o América de Natal, um adversário bem mais tradicional e até campeão do Nordeste em uma oportunidade, além de já haver frequentado a Série B por várias temporadas.
As dificuldades financeiras no Fluminense - atraso de salário, inclusive - são conhecidas de todos. E, evidentemente, que atrapalham, bastante, qualquer proposta de elevar o clube a um patamar maior que o da distante Série D. É preciso, antes de mais nada, regularidade e equilíbrio econômico. Quanto aos dirigentes, sabemos que se sacrificam. Mas é preciso ainda mais.
O Fluminense de Feira arrancou um empate em Campina Grande, diante do Campinense, em 1x1, jogo válido pela segunda fase da Série D do Brasileirão. O goleiro Jair, segundo a imprensa noticia, foi o grande nome do time no estádio Governador Ernane Sátiro, o Amigão. O resultado é muito bom. O regulamento da competição é semelhante ao da Copa do Brasil: empate com gol fora de casa pode ser decisivo na partida de volta.
Se o tricolor feirense voltar a empatar, em 0x0, garante vaga. Ou seja, basta a equipe não levar gol para assegurar passaporte. Uma vez classificado, o Flu estará a dois confrontos de conseguir a tão almejada vaga na Série C. Mas, ninguém se iluda, o jogo deverá ser muito difícil.
O time local precisará atuar com segurança na defesa, para evitar ser vasada, e inteligência no ataque, para aproveitar brechas que o Campinense deve proporcionar.
Fluminense e Campinense vem realizando confrontos equilibrados desde a fase anterior, quando empataram duas vezes. Este foi o terceiro resultado igual. São duas forças do futebol do Nordeste e, pode se dizer, não há favorito nesta disputa, mesmo sendo o jogo em Feira de Santana.
Creio que teremos um jogo aberto. Os visitantes, pela necessidade de ao menos fazer um gol, devem atuar ofensivamente. O Touro do Sertão, por atuar diante da sua torcida, será exigido a jogar de forma agressiva. Mas o time local, muito bem dirigido pelo técnico Paulo Foianni, antes de mais nada precisará atuar com segurança na defesa, para evitar ser vasada, e inteligência no ataque, para aproveitar brechas que o Campinense deve proporcionar.
A torcida do Fluminense, aliás, deve honrar a sua dívida com o clube. Até aqui, nesta Série D 2017, ela não deu ainda demonstração de sua força. Não compareceu em grande número em jogos do time. Esta é a grande oportunidade. Um bom jogo, decisivo, com a equipe tendo a condição de classificar-se para a terceira de cinco etapas rumo a Série C. Portanto, motivos não faltam para que a massa tricolor compareça de maneira expressiva, como sempre acontece nos bons momentos do tricolor.