Não sei se por motivos justos, mas Rui Costa está dando uma enorme contribuição à prática política na Bahia e, no Brasil, se seguirem o exemplo. Ao exigir exclusividade de apoio ao PTN e agora ao PDT, inclusive demitindo a Secretária de Agricultura recém nomeada, Rui muda a prática indecente, oportunista, promíscua, que políticos e partidos tinham, de servir a dois senhores, beneficiando-se de ambos os lados, de acordo com a conveniência. E traindo o eleitor que nunca sabia o que esperar do seu eleito.
Rafael Cordeiro, ex-secretário de Saúde, em protocolar cerimônia, assumiu a Secretaria de Cultura em lugar de Jailton Batista, que sai apesar do bom trabalho. Em seu discurso Cordeiro prometeu dar continuidade aos projetos em andamento e sinalizou que vai aprofundar a parceria com a Educação, levando a cultura às escolas. É uma boa intenção, afinal, ninguém pode amar uma cidade se não a conhece. O cargo vai na cota do PMBD. Esperamos que as pressões e indicações que, dizem, desgastaram o ex-secretário mantenham-se em limites aceitáveis e permitam ao novo desenvolver o trabalho em um setor que exige continuidade para se consolidar.
Em São Paulo, tem racionamento de água, mas o PSDB chama de “restrição hídrica”
No Brasil, tem racionamento de energia, mas o PT chama de “redução de distribuição"
Os 500 mil zeros das redações do ENEM me assustam, mas me aterroriza muito mais saber que apenas 250, ou seja, 4 em cada 100 mil, tiveram nota máxima. Ou que só 500 mil (menos que 10%) chegaram a 700 pontos.
Cartesianos que somos, temos mais facilidade de lidar com referências numéricas e quanto mais ela for grandiosa melhor a chance de nos impactar. Mas precisamos olhar outro foco. Assim, o que me assusta não é a multidão que teve um resultado ruim, mas a penúria, a escassez de gente que obteve bom desempenho.
Por quê? Porque é destas pessoas que depende o futuro do país, a mudança da realidade política, econômica, cultural e científica, ou continuaremos sendo um país dependente de commodities (trocamos café e ferro por soja e aço, como na minha infância), com uma classe política medíocre e padrões comportamentais e culturais um tanto primários, para ser gentil.
É lógico que esta mão de obra com desempenho limitado se torna menos qualificada, aumenta custo de seleção e treinamento, desestimula empresas e surgimento de empregos mais diferenciados, limita o avanço da pesquisa e a mudança de perfil econômico, nos mantendo presos ao passado. E temos apenas 4 por 100 mil, nesta linha superior. É apavorantemente pouco e o futuro desta geração já está comprometido.
Precisamos acabar com este reme-reme de “formar o cidadão na escola”, deixando a cargo dos pais esta tarefa, e trabalharmos duro, muito duro, para tornar nossos alunos capacitados em português, na vital matemática e ciências. Se dermos conta deste recado teremos feito um avanço majestoso e as gerações seguintes poderão se dedicar aos demais aspectos. Precisamos ter foco e concentrar toda força nele para que nos testes futuros a equação se inverta e 500 mil sejam os que tiram nota máxima, ou próximo dela. E o futuro nos pareça uma certeza...