Por um projeto de lei que obrigue toda Unidade de Emergência ou Hospital Público, municipal ou estadual, a ser equipado com suporte mínimo de atendimento que inclua: ambu, laringoscópio, aspirador, desfibrilador e respirador básico. Sim, acreditem, não há. Às vezes, nem laringoscópio.
O dilaceramento judicial é evidente. Sentenças controversas, processos engavetados, comprometimento de Aroldo Cedraz, presidente do Tribunal de Contas da União; de Francisco Falcão, presidente do STJ, e, mesmo no STF, ligações e afinidades partidárias que parecem maiores do que as adequadas a uma Corte Suprema.
Ao lado disto, advogados que passam a ser investigados como réus, desembargadores produzindo sentenças que contrariam tribunais, com velocidade surpreendente ao mesmo tempo em que é investigado por peculato e formação de quadrilha.
No Paraná, de onde saem os maiores avanços do Judiciário no combate à impunidade, com Moro e equipe, eis que um grupo de juízes e procuradores processa de forma orquestrada um jornal que revelou seus rendimentos, o que é garantido pela Lei da Transparência. O melhor e o pior da Justiça se manifestam no mesmo estado.
Enfim, no caldo geral, esperamos que o lado bom da lei, justo, e não persecutório, domine o Judiciário brasileiro, pois ele tem uma missão gigantesca a cumprir.
Assim como sabemos que escândalos como o petrolão e o mensalão em sua extensão, duração e devassidão, jamais poderiam ocorrer sem o conhecimento de Lula e Dilma, do mesmo modo, é evidente que a corrupção do PMDB não poderia ocorrer em sua extensão, duração e devassidão - que inclui Sarney, o honorável bandido e mais longevo suspeito de corrupção nacional - sem o conhecimento de Temer. Se não sabia, mostra que é um inepto e não pode ocupar a Presidência.
A verdade é que Temer é apenas o mal necessário, a ponte, para o afastamento do PT e sua contabilidade destrutiva e saque geral da nação. Entretanto, está longe do estadista que esperamos e que ele imagina ser. Verdade que, pelo nível intelectual, tem melhor compreensão da liturgia do cargo, mas sua tentativa de salvar o gângster Eduardo Cunha, a nomeação de amigos-bandidos, alguns derrubados pela Lava-Jato, outros na lista de espera, e sua irresponsabilidade ao aumentar as despesas públicas em um momento de recessão e déficit do orçamento, estão se tornando um preço muito caro a ser pago.
Ou Temer dá uma guinada, após o fim da interinidade, aproveita o imenso potencial da equipe econômica, as boas ações de Serra nas Relações Exteriores, a corretíssima aprovação da Lei de Responsabilidade das Estatais, a liberação dos aviões da FAB para transporte de órgãos, os lentos sinais de recuperação da economia, ou, entre a ambição de entrar para a História e o confinamento ao rodapé da página, acabará neste.
Qualquer país em que as instituições tenham real funcionamento não pode ter Renan Calheiros como presidente do Senado; Cunha ou Maranhão como presidente da Câmara; Aroldo Cedraz como presidente do TCU. É de envergonhar o mais indiferente dos cidadãos, diante do desaforo ético que isto representa.
O caos na saúde, os atrasos de repasses das terceirizadas, o frequentemente especulado parcelamento dos salários, o fechamento da Biblioteca dos Barris por falta de vigilantes, são o retrato cruel da completa falência do governo do estado. A irresponsabilidade dos gestores e a corrupção que faliu o país são apenas a base, que levou ao desastre.