Normalmente a Justiça não deveria depender de circunstâncias, mas o Brasil é um país que ainda está sendo inventado, como mostra o pavoroso Congresso. Depois do mais longo processo- e da maior quantidade de manipulações do Regimento- finalmente Eduardo Cunha foi cassado e ficou inelegível. Foi cassado pelo conjunto de sua maligna obra, afinal, a Sociedade estava contra ele e os nossos políticos tem um apurado faro para a sobrevivência politica. Cunha, em verdade, foi o único capaz de enfrentar o PT, colocando o processo de impeachment em andamento e certamente não está fora do jogo, como se pode pensar, embora esteja nas mãos do juiz Moro.
As versões mais otimistas anunciam que Cunha está acabado. Como realista custo a crer que um profissional da estirpe dele saia do poder sem garantias. Evidente que seu poder nem de longe é igual, mas aqui e ali se ouve notícias que Cunha nomeou aliados no governo atual. Com seu potencial lesivo é pouco crível que o habilidoso político de bastidor que é Temer deixasse Cunha ao relento. É lógico que o cassado deputado sabia que, em certo momento, salvar seu mandato era impossível, cabendo, portanto, negociar as melhores condições incluindo um conveniente discurso de que foi abandonado pelo governo e que Temer afastou-se dele. Isto, após o presidente, ainda interino, tê-lo recebido em sua casa. Ora, me batam um abacate.
Frio, implacável, inescrupuloso ao extremo, desprovido de senso moral, não estão à toa em sua biografia. Evidente que algo pode sair errado- a mulher ser presa- e Cunha ser obrigado a delatar, mas onde achamos que foi um game over pode ter sido apenas um golpe.
O STF converteu-se em um templo de vaidades e projetos pessoais, com pouca vocação para punir criminosos importantes, apesar dos mais severos discursos do sempre fundamental decano Celso de Melo. Os processos não andam, suas gavetas sofrem de esquecimentos convenientes, os crimes prescrevem, os juízes votam, muitas vezes, de olho no espetáculo, aliás, até chegam a achar que punir, como no mensalão, é um " ponto fora da curva", segundo disse o Ministro Barroso em uma das frases mais infelizes que já ouvi.
De onde deveria vir agilidade, severidade, respeito, austeridade, vem cumplicidade, favorecimento, foro privilegiado como sinônimo de impunidade, omissão judicial, perda completa do decoro como recentemente vimos com Gilmar Mendes e Lewandovski, infelizmente a custo muito elevado.
Então, é preciso uma reforma urgente do STF, que lhe dê agilidade na análise dos processos políticos, que se normatize o tempo dos procedimentos , que se mude a liturgia das escolhas. É preciso que a Suprema Corte entenda que a Sociedade espera muito deles, que gasta muito dinheiro público com eles, e que NÃO está satisfeita com suas ações, com sua contribuição para a impunidade, e com seus achincalhes constitucionais.
Por uma reforma urgente e profunda da Suprema Corte brasileira.
Reportagem da Folha de São Paulo mostra que após 2 anos a Lava Jato tem apenas 2 parlamentares réus em ações penais e NENHUM político condenado! A Sociedade não aceita mais a morosidade do STF! É um acinte, uma agressão ao cidadão ver que a Suprema Corte acaba sendo leniente com o crime e não ofereçe as respostas que o Brasil espera
Ela Wiecko, segunda pessoa na hierarquia da Procuradoria Geral da República, abaixo apenas de Janot, foi flagrada em Portugal fazendo protestos contra o Impeachment que ela diz ser "golpe" e Temer. Ela disse: “Fui discreta, estava junto, e não tive protagonismo maior”, mas nas fotos aparece segurando faixa contra Temer. E, aí, com a repercussão decidiu pedir demissão. Ou seja, agiu após ser descoberta e não ao contrário, quando esta deveria ser sua postura ética.
A situação, no entanto, é mais dramática, pois, na entrevista, em Veja, ela quebrou o sigilo funcional e revelou que Temer está sendo delatado. Isto foi dito pela vice-procuradora da República. E diz isto às vésperas da votação do impeachment. Certamente não há inocência, nem falta de consciência, em seu ato. É absurdo que tal violação esteja acontecendo na PGR sob as ordens de Janot. O cargo tem liturgia e OBRIGA constitucionalmente a isenção e não exercício ideológico no cargo. Vale lembrar que ela é responsável pela condução da “Operação Acrônimo” que investiga, por exemplo, o governador Fernando Pimentel, do PT. Com estas afinidades ela deveria declarar-se impedida e não o fez.
Vale lembrar que o marido da procuradora, Manoel Wockler, ex-desembargador, era assessor do ministro Teori Zavascki, no Supremo Tribunal Federal, e foi obrigado a pedir demissão após assinar documento apresentado por Lula, na OEA.
Estamos diante de uma grave situação e o silêncio de Janot é constrangedor. O procurador já vinha em uma situação ruim por não explicar o descarte da delação da OAS, de Léo Pinheiro, que, sabidamente incluía Lula.
A situação exposta com a ação de Ela Wiecko é estarrecedora e nos dá ideia dá contaminação institucional que estamos vivendo. Janot precisa vir a público, cumprir seu dever com a Sociedade e explicar de forma transparente o que está acontecendo para não jogar fora todo respeito que a PGR havia adquirido.
Todo cidadão deveria ter três árvores plantadas em seu nome, como recomenda a OMS. Um mínimo de 12m² de área verde/habitante e um ideal de 36m². As árvores influenciam o ar (filtram, retém o pó e microrganismos, reduzem velocidade dos ventos, absorvem 250m de água evitando enchentes); mudam o clima (absorvem o calor do sol, resfriam o ambiente, aumentam a umidade do ar); interferem no solo (regulam ciclos hídricos, evitam a impermeabilização do solo); e no visual (estudos mostram que elas trazem conforto visual e bem estar). Há estudos, como por exemplo, no Morumbi, em São Paulo, que tem 40% do bairro coberto por árvores, que mostram que ele apresenta 5 graus a menos de temperatura do que outras áreas mapeadas pela Universidade. Então, entenda eleitor: árvore não é coisa de xiita ecológico e sim uma influência vital na sua qualidade de vida.
Uma Secretaria de Meio Ambiente vai além do lixo, com coleta seletiva; esgoto; combate a poluição visual (excesso de propaganda) e sonora (importante fator de irritação urbana), intervenção e preservação de mananciais hídricos. Não pode ser uma Secretaria para composição política, mas um setor fundamental por interferir substancialmente no padrão de vida das cidades. Nenhum “Habite-se” deveria ser dado em edificações que aterram lagoas e similares; ou que não apresentasse um plano de meio ambiente, como em condomínios gigantescos que são construídos sem nenhuma exigência iu compensação.
Em Feira, segundo matéria do Diário Oficial do Munícipio com o Diretor do Departamento de Áreas Verdes, Deodato Peixinho, existiam, em 2002, 7,5 m² de área verde/ habitante. Ele estima que em 2016 tenhamos 9m², embora não haja estudos. Haveria, segundo ele, 55 mil árvores na cidade. Considerando que são 14 anos de diferença e o que preconiza a OMS, concluímos que é um desempenho muito pífio do ponto de vista ambiental, especialmente se considerarmos que estamos em uma cidade sertaneja com temperaturas elevadas. É preciso mais ação. Aliás, em Presidente Prudente e outros munícipios um acordo com concessionárias as obriga a plantar uma árvore por cada carro vendido para compensar a emissão de carbono que isto irá representar. Em Campina Grande, com 400 mil habitantes e 100 mil árvores, talvez esteja um dos mais ambiciosos projetos ambientais com perspectivas que se atinja duas árvores por habitante. O mundo, prezado eleitor, se move.
Feira vem progressivamente enterrando suas nascentes apesar dos protestos. A tolerância com as construtoras e empresariado tem resultado em uma dolorosa exterminação das fontes que deram origem a Santana dos Olhos D’Água. Aliás, é vergonhoso que após tantos anos ainda não tenhamos um cadastro, um projeto de geo-referenciamento, ou que nome se queira dar, a estas áreas e estejamos convenientemente engatinhando neste setor. Ou que a UEFS não intervenha de forma incisiva nesta questão preferindo seu isolamento mural patológico.
Sabemos que a criação de parques reduz o consumo de energia, pois resfriam o ambiente; melhoram a circulação do ar; reduzem obesidade (epidemia do século) em moradores próximos a estas áreas. Duas áreas preservadas pelo governo Ronaldo (Parque da Cidade e Geladinho) e o Parque da Lagoa Grande, realizado pelo governo do estado através do deputado Zé Neto, a ser inaugurado refeltem este impacto.
Ao escolher seu prefeito, escolha aquele que seja capaz de fazer estas intervenções: que tenha postura ativa, profilática, e não passiva, tardia ou apenas reativa, o que sempre resulta em ação ineficaz. Escolha o prefeito que compreenda que o Meio Ambiente muda a qualidade de vida dos cidadãos e que torne estas ações uma pauta real e propositiva e não um cala boca, uma conversa fiada para boi dormir.
Pense e escolha.